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Somos uma confecção voltada para a moda afro.Nossa maior inspiração vem da riqueza e do colorido típicos da religiosidade brasileira de matriz africana.Nosso principal objetivo é confeccionar roupas de umbanda e candomblé e trazer para o cotidiano peças inspiradas na indumentária dos deuses do panteão afro-brasileiro. Realizamos um trabalho inovador que tem seu ponto forte na pintura temática das peças produzidas de acordo com as ferramentas,símbolos e representações dos nossos orixás,caboclos,pretos-velhos,exus e de todo povo de santo. Desejamos a todos muito axé e que nossas belíssimas mães e guerreiras,as Iyabas,possam cobrir nossas vidas de encanto,proteção,sabedoria,beleza,transformação e harmonia no lar.Esses são os votos da Iyabas confecções.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A importância das roupas na liturgia do candomblé.

Queridos irmãos e irmãs,é com muita satisfação que declaramos inaugurado o blog da Iyabás Confecções.

As roupas sempre foram um fator de diferenciação social, identificação de status e distinção hieráquica dentro de determinados grupos.No candomblé a história é a mesma.Desde a África determinados tipos específicos de adornos,tecidos e cores eram exclusivos de determinada parcela dos indivíduos.Com a diáspora africana e a dinâmica de reconstrução das identidades no Novo Mundo tais aspectos foram mantidos.No cenário urbano do Rio de Janeiro na primeira metade do século XIX,por exemplo,a identificação entre africanas,crioulas,forras,escravas de ganho...se davam também a partir de suas vestes,penteados,enfeites e adornos.

Na ritualística do candomblé as roupas, ou 'axós', como são chamados ritualisticamente,desempenham papel imprescindível na liturgia da religião.Sempre que há uma festividade ou comemoração no ilê é comum que os membros do egbé se arrumem com suas melhores roupas litúrgicas,produzidas especificamente para serem utilizadas nas cerimônias.Vale destacar, que adornos e axós também obedecem a certas regras de hierarquia do próprio culto.É muito comum,por exemplo,em algumas casas de santo que determinados tipos de roupa e elekés(fios de conta) sejam utilizados de acordo com a idade de santo do indivíduo em questão.Para os abians(membros não iniciados)são reservadas roupas brancas e simples,assim como seus fios de conta;os yawôs também costumam utilizar roupas brancas,podendo ter alguns detalhes e algumas peças nas respectivas cores do seu orixá.além disso,costumam usar também os chamados deloguns,fios de conta compostos por várias fieiras,que aludem aos orixás do iniciado,assim como ajuntó,carrego,orixá do zelador,etc.;aos ebômis,babalorixás,yalorixás,ogãs e ekedys são destinadas roupas feitas com tecidos considerados de luxo,tais como: crochê e richilieu.Seus elekés contém elementos que também são considerados de gala,a exemplo de seguis,corais,terra-cota,dentre outros.Os orixás também devem ter suas roupas próprias.Basta observar em saídas e festas destinadas os orixás que todo o barracão costuma estar adornado de acordo com o tema da comemoração.É comum em festa comemorativas para iniciação e obrigações,que existam pelo menos três saídas:cada uma delas com uma finalidade e,é claro com demandas por vestimentas distintas.Nessas saídas é comum que as roupas variem do branco ao colorido da roupa de gala dos próprios orixás.O candomblé é uma religião vivencial na qual as principais tarefas são divididas de acordo com os cargos e títulos atribuídos a cada membro do egbé.De acordo com Márcio de Jagun: 

São inúmeros os cargos exercidos nos Candomblés. Cada Nação tem seus correspondentes cargos, sendo certo que, embora variem as denominações, na maioria das vezes correspondem ao desempenho das mesmas funções.

Muitas vezes, em Casas da mesma Nação, há cargos que não se usam, por razões de tradição própria, ou mesmo por carência do ocupante.

Os cargos de santo, são outorgados diretamente pelo Zelador da Casa, pelas  Divindades manifestados (geralmente a do próprio Zelador ou daqueles que já contem vários anos de iniciação), ou ainda por vontade dos Orixás revelada através do Oráculo (inclusive o da pessoa que irá receber o oyè).

Geralmente os cargos são distribuídos aos filhos de santo que já possuam razoável tempo de iniciação religiosa e de frequência na Casa (ainda que não iniciados naquele próprio Terreiro), dada à responsabilidade intrínseca e ao grau de confiança depositado.

É pouco usual, porém não impeditivo, que determinados cargos sejam outorgados a pertencentes de outros candomblés, que embora não frequëntem a Casa, a visitam em diversas ocasiões, devendo estar presentes nos momentos em que tal cargo deverá ser exercido. Isto se dá quase sempre quando os cargos têm caráter honorífico, ou quando a Casa prescinde de outra pessoa capacitada para aquele mister. Citamos o caso de Pejigans, Axoguns, Alabês, Ekedis, etc.

Os cargos não são exclusivos dos médiuns de incorporação (“elégùn”, de gùn, montar), podendo ser atribuídos aos “não rodantes”, tais como ogans e ekedis.

Cada  oyè requer necessariamente uma afinidade entre a função a ser desempenhada e o Orixá daquele que receberá o cargo, devido às atribuições que lhe cabem ou caberão.

Nem sempre aquele que receberá o oyè já domina as funções atinentes ao cargo. É preciso que ele possua as condições para tal. Muitas vezes esta avaliação é subjetiva e, como dissemos, caberá ao outorgante, mesmo que os demais não a entendam ou concordem.

Normalmente, é após a outorga do cargo, que o exercente será precisamente orientado e instruído para o bom desempenho.

Os cargos podem ser renunciados, muito embora isto signifique grande desfeita à Casa e ao Outorgante, bem como podem ser também destituídos dos outorgados. Geralmente a Segunda hipótese ocorre por negligências repetidas do exercente, fazendo com que o próprio outorgante lhe destitua; por sua inexplicada ausência da Casa; ou ainda  pela necessidade de ocupação do cargo, quando o exercente precisa se ausentar do Candomblé por muito tempo.

Os cargos não são obrigatoriamente vitalícios, podendo ser remanejados entre os filhos de santo (seguindo-se o mesmo critério da outorga) ocasionando que alguns filhos, ao longo dos anos, tenham exercido vários cargos no mesmo Candomblé. Contudo, raramente há “rebaixamento” dos cargos exercidos pelo mesmo filho de santo.

 Os cargos não são acumulados pela mesma pessoa, mas sim as funções. Por exemplo, a Ìyá kékeré (mãe pequena), por alguma necessidade (inclusive ausência de encarregados específicos) pode vir a exercer as funções da Ìyá efun, e ou da Ìyá gbàsé, sem que com isto detenha os três cargos.

Atualmente, face à interseção havida entre as Nações, muitos cargos de origens diversas convivem no mesmo Candomblé, reproduzindo tradições pontuais, mas já perdendo-se a origem histórica, regional e até liturgia.

Outro fator complicador para a identificação precisa de cada “oyè”, é a questão gramatical. Devido à dificuldade com as línguas de origem, a correta denominação, tradução e pronúncia dos cargos foi se perdendo no tempo, ou até mesmo modificando-se.

É importante não confundir o cargo (oyé), com o orunkó, e com o título. Ou seja, o cargo diz respeito à função a ser exercida. Exemplo: Ìyágbasé -  a mãe que cozinha. Já o orunkó, é o nome pessoal do Orixá, o qual, em determinadas Casas, passa a ser o nome pelo qual o respectivo iniciado passa a ser chamado. Ex.: Odé Kaiodê – O Caçador Tráz  Alegria. O título, diz respeito exclusivamente ao Orixá, à sua bravura, feitos ou características, o que, por muitos é confundido com as qualidades daquele mesmo Orixá. Ex.: Oya Messãn Orun, título de Iansã que a designa como a Mãe dos Nove Espaços Siderais.

Muitas vezes o filho de Santo pode exercer um cargo na Casa e ser chamado apenas por seu Orunkó. Ou ainda, na mesma situação, ser chamada exclusivamente pelo cargo que exerce. Registre-se ainda, que no mesmo Candomblé, pode haver aquele que é chamado pelo cargo, enquanto outro, por razões aleatórias, é denominada pelo Orunkó. Não há normas rígidas quanto a isto.

Como não poderia deixar de ser, existem cargos específicos referentes a arrumação e vestimentas dos orixás,dos yawôs,etc.Segue abaixo alguns deles,ainda segundo Márcio de Jagun:

Iaefun (Ìyá Efun): é a mãe que pinta os iniciados com efun. Geralmente é uma cargo dado aos filhos de Oxalá, por ser o efun  intimamante ligado ao culto daquele Orixá;

Ialaxó (Ìyáláso): é a encarregada de costurar e vestir os Orixás;

É com esse propósito que a Iyabás confecções deseja atuar,produzindo roupas de umbanda e candomblé para adeptos,curiosos ou apenas admiradores da cultura afro-brasileira.A idéia é realizar um trabalho de qualidade,com preço acessível e ,principalmente,de acordo com a filosofia da religião.

Axé para todos! 

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